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10/09/2021

O couro do pampa que foi parar em tênis de marca francesa

Parceria entre o projeto Estâncias Gaúchas e a empresa Vert busca garantir sustentabilidade à produção

A pecuária do Rio Grande do Sul também está agora no mapa mundial da moda. E pode ser usada nos pés graças a uma parceria firmada em 2020 e apresentada nesta Expointer entre criatórios ligados ao projeto Estâncias Gaúchas e a calçadista francesa Vert para garantir sustentabilidade no uso do couro dos seus animais. A marca vende para 70 países. Os calçados, que levam o nome Campo , estão à venda no site da empresa.

A novidade ganhou vida em live transmitida da Casa da Associação Nacional de Criadores Herd-Book Collares (ANC) no parque Assis Brasil.
— Trabalhamos com o lema “it’s not de cow, it’s the how” (não é a vaca, mas como). Então, para nós, se tu tens uma produção responsável com o couro, ele pode ter tantos benefícios ambientais e sociais como qualquer outro material — diz Beto Bina, coordenador das cadeias produtivas VEJA (nome internacional da Vert).

No caso do couro, a matéria-prima é comprada das propriedades vinculadas ao projeto Estâncias Gaúchas. A preocupação com a sustentabilidade vem desde a sua fundação. Na época, os criadores resolveram se reunir para produzir uma pecuária mais sustentável, feita em campos nativos preservados e com gado solto. Criaram até uma marca própria de carne, com o mesmo nome do projeto, cujo registro já foi feito no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) e a venda deve começar nos próximos meses.

— O mercado tem exigido que a produção de carne tenha alguns diferenciais. Hoje em dia, não cabe mais produzir por produzir — analisa o agrônomo e coordenador do Estâncias Gaúchas, Marcelo Fett Pinto.

Mas essa história data de mais tempo. Há cerca de 15 anos, dois franceses, Sebastien Kopp e François-Ghislain Morillion, encontraram na borracha de seringais nativos da Amazônia e no algodão orgânico do Nordeste matérias-primas para a fabricação de sapatos. Desta união, nasceu a Vert. Hoje, além da borracha e do algodão, a empresa também usa peças de plástico fabricadas a partir de matéria orgânica, sílica da queima da casca do arroz e o couro do gado do Pampa, curtido sem cromo.

*Colaborou Carolina Pastl

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